Disse que estava cansado de caricaturas em moldes artificiais,

Não queria um amor de embalagem que são expostos nas redes sociais.

Não precisava de felicidade que dure uma noite em festas coloridas e desapareça nos dias cinza. Estava cansado de conversas sem sentido, gritar e escutar sua própria voz ecoando no vazio. Ele não era uma contradição, era a própria originalidade. Não queria adorar uma beleza dessas de fotografia. Queria amor real e simples, antigo como a história do mundo. Seduziu-me com seus argumentos interessantes e contra pontos bem feitos.

- E se eu despir a minha alma, você se apaixona?

" Eu deixarei que se vá amor, como uma estrela rasgando o céu noturno no pretume solitário. 
Ficarei como um farol observando distante no intrépido da tempestade.
 Quando teus risos despertem para outro alguém; e dos teus olhos em mim, dissipem-se a última chama. 
Jamais saberá que estive aqui, imóvel, presa da neblina turva daquela voz que me clamava com urgência sôfrego de saudade. 
Acontece que estou triste , despertaste-me esse amor como quem toca uma pétala cálida.
 Agora, minha estrela segue distante para outro horizonte, como se minha alma não gritasse teu nome cravado em meu peito, como se meu corpo já não te pertencesse? 
Continuarei a ermo na caligem obscura da tua ausência até que meus olhos não mais te alcancem no marco eterno da eternidade."

Não tente conhecê-la melhor, logo perceberá que ela é alguém insuportável. Somente aqueles com alma colorida igual a pintura de uma criança conseguem ficar por perto. É daquelas que acorda dizendo "bom dia" e sorrindo pra vida mesmo quando nada sai conforme o esperado. Também não procure beleza no seu exterior, é pessoa de dentro pra fora, só encontrará qualquer beleza quem mantiver o interesse além da superfície. Ouve música alta, outras vezes, prefere silêncio; dança sozinha quando sente vontade, mas chora quando a vida está pesada , só pra aliviar e não pra entristecer. Ás vezes se fecha no seu mundinho sem motivos, por que gosta de contemplar mistérios. E se já a considera estranha o bastante terá certeza da sua estranheza quando no meio da conversa ela revelar qualquer coisa aleatória como, o interesse nos hábitos cotidianos das formigas. Preocupa-se com seus problemas e estado de humor, mesmo que esteja chateado e não queira ouvir. Guarda detalhes dos momentos e das pessoas, não um detalhe qualquer, como quando seu sorriso se iluminou na cena do filme que você gostou ou como está escuro na décima terceira rua onde conversaram na outra noite por que a lâmpada do poste queimou. E ainda, se for considerar a paixão dela por livros, toda pessoa que lê é mesmo uma criatura perigosa. Nunca reage bem quando recebe elogios, brinca, dá uma gargalhada nervosa, disfarça, de repente já está mudando de assunto, tímida. Logo ela que se veste de liberdade, faz tudo o que sente vontade, desconsidera qualquer opinião de mal tom e sem nexo, não consegue dizer o quanto está gostando de alguém, até que esse alguém o diga. Então diz ...

Os realistas que vivem julgando a intensidade dos poetas, até o meu mindinho quando encontra o cantinho da parede é com uma paixão avassaladora.