quinta-feira, 16 de abril de 2015
terça-feira, 14 de abril de 2015
Minha linguagem
Perdi o meu gosto de ser gente,
como espécie humana vivendo em sociedade.
Vivo no meu isolamento temporário.
Por que olho e não reconheço.
Escuto e não entendo.
As pessoas vivem de qualquer jeito e rejeitam tudo que
não conhecem.
Estão apenas negando o reflexo de si mesmos.
Eu gosto do novo mesmo que não suporte sair do meu
cotidiano.
Prefiro o que ainda não entendo,
do que já sei tão previsível.
Prefiro ser esse bicho, solto, livre e selvagem.
Descobrindo meu jeito de ser humano,
criando a minha própria linguagem.
sábado, 11 de abril de 2015
... de tão sensível que era, que até o
coaxar dos sapos lhe fazia chorar.
Disseram-lhe tola, por que só ela viu a
lua por de trás daquela nuvem. Só ela sentiu o vento frio do inverno e se
molhou quando a chuva caiu. Apaixonou-se tantas vezes: pelo mar, pelas águas,
pelas areias no deserto, pelo verde das florestas e pelo universo. Por que seu
coração era sincero e acreditava em tudo que diziam.
Quem
dera fosse verdade, ela não teria chorado como uma boba, tantas noites sozinha.
Feriu-se muitas vezes e se permitiu sentir a dor sem desejar fugir e mesmo
quando sangrava achava lindo. Sentia que estava viva. E todos lhe perguntavam,
por que ela continuava acreditando que houvesse honestidade que toda a beleza não
fosse uma farsa e os sorrisos uma máscara.
Ela disse que confiar não era uma opção, se
não fosse assim, nunca saberia o que era a verdadeiro ou não. Só existe uma
vida e viver é tão bom. Quando chegasse à morte não teria que lamentar o final de uma
vida inútil. Só desejava descansar sem culpa pelos dias desperdiçados, ou pelos momentos que deixou de viver e os sentimentos que nunca descobriu, por medo de
ser muito humano. Ela só queria amar plenamente, correndo todos os riscos da perfeita entrega, mesmo que para os outros parecesse patético.
terça-feira, 7 de abril de 2015
Alguém
me disse que comi um livro...
“Comi
um livro?”, perguntei, indeciso.
“Devorei”,
respondi.
Saboreei
o fruto proibido...
Meus
olhos se abriram...
Eu
enxerguei....
Quanto
perigo existe no conhecimento.
A ingenuidade
só é preciosa para aqueles que têm o controle.
Quanto
tormento existe na verdade.
Disseram
que fui expulso do paraíso...
Quem lhes disse que quero ficar numa terra de cegos?
Então, eu vi tudo ao meu redor: fome, miséria, tormento e solidão.
Eu
compreendi, nós ainda estamos nus.
Andei
pelo mundo, conheci a dor e as tristezas.
Chorei
nas noites, sentindo o abandono de tantos órfãos.
E sofri
as dores de todos os partos,
das crianças esquecidas nessa terra, árida.
Tive
saudade da minha inocência.
Naquele
tempo que eu não sabia de nada.
Meus
olhos continuaram a abertos.
Nunca
mais fecharam, nem para dormir.
Recebi
o castigo pela minha curiosidade.
Estava
condenado ao inferno do saber.
Saber
de tudo e ter que calar, saber de tudo e apenas ver.
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Eu sou essas frases incompletas que ninguém sabe onde
vai terminar. Sou essa personalidade inquieta. O desejo de ser tudo. O caminho
indefinido. Aquela estrela que cansou de brilhar, por que a beleza maior está
ofuscada aos olhos cegos de quem sempre procura as mesmas fórmulas.
Eu sou a
escuridão, o perigo, as curvas que se modificam, a indecisão de arriscar. Sou o
neutro. O desejo de questionar o colorido. As mãos que deslizam, criam e
modificam. Os lábios que se tocam. Os corpos que se entregam. Sou a cara limpa
sem pinturas. A alma penada que vaga a procura do que ninguém sabe. Sou essa
solidão que me adora. O segredo mais oculto. A caixa de pandora. A saudade do
passado, e a ansiedade do futuro.
Eu sou a verdade de viver sem medo está certo. Sou inteira
não procuro uma metade. Sou tudo o que ninguém quer ser. Mas tudo o que querem
viver. Só que não vivem, por medo de errar. Sou a coragem de escrever essa vil
filosofia, que só os loucos entendem, pois só eles conhecem a verdade que
ninguém mais vê.
Desejo
ver o mar.
Existe
algo melhor do que pisar descalça na areia molhada?
Dá
vontade de rir, de voltar a ser criança e correr de encontro as ondas
que estão sempre querendo abraçar, sempre buscando alcançar alguém.
Em
constante movimento, nunca param, assim como a vida.
As
águas azuis não são calmas. Engana-se
quem pensa que são.
Águas
de dias de tempestade, tortuosas, ás vezes serenas, mas nunca, calmas.
Como
a união de todas as lágrimas que alguém chorou um dia, sem ninguém saber.
De
alegrias... de tristezas... de saudades.
Como
se o mar soubesse segredos que ninguém mais conhece,
Ou entendesse todas as verdades do universo.
Alento
profundo do tempo, consolo do desconhecido.
A certeza
que existe algo muito além do que ousamos imaginar.
A esperança
de tantos corações á deriva nesse mundo.
O mar
não me assusta, convida-me, instiga-me.
Sou atraída pela plenitude da vida estampada nas águas.
Nunca
sabemos o que ele leva embora, ou o que nos traz.
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