sábado, 28 de novembro de 2015

Meus olhos, agora tão opacos.
Destruídos pela miséria do tempo.
Confinados sob a luz de algum encantamento,
que só eu pude ver, enquanto havia esperança.

Cansada fiquei, de amar e nunca receber em conta,
de desperdiçar meus dias, vivendo de lembranças.
De como fomos felizes em algum passado longínquo.
Quando ainda me olhava nos olhos, e dizia, te amo.

Naquele tempo...
Sequer haveria dor...
Sequer haveria lágrimas...
Sequer haveria sofrer...

Diga-me então , que sentido eu encontraria na morte?
Se o amor que é tão vivo, morreu para ti, depois em mim e para ambos .
O quão negligente fui comigo mesma, de esperar devoção recíproca.
Se até o que é doce, de tão doce, também emareia.



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